8 de fevereiro de 2006

Um breve passeio pela floresta...

"[…] na maioria dos casos, a relação entre o lado afectivo e o académico pesa infelizmente no sentido contrário. Muitos jovens não irão aprender os conteúdos académicos se não se ligarem afectivamente aos assuntos. Se se sentirem isolados, perdidos e à deriva na escola, eles vão desligar-se da aprendizagem. E sem aprenderem as competências, responsabilidades e recompensas do afecto e da cooperação com os outros, todo o desenvolvimento intelectual do mundo não fará deles melhores pessoas ou melhores cidadãos." (p. 80)

Aspectos positivos:

Teresa: “Não penso que a mensagem aqui deixada indique que o consumo de tempo com o afecto afecte o tempo de aprendizagem do "resto"”.

Teresa Lopes: “Aquele abraço que uma aluna me deu, passados dois ou três anos, quando me encontrou na rua, ainda o sinto”.

Joana: […] "ter/mostrar entusiasmo" e "preocupar-se (caring) com os alunos e com o que eles aprendem".

Constrangimentos:

Formação de professores
Tit: “Sentir a Escola e os Alunos... Algo que é difícil conquistar com Acções de Formação de "caça ao crédito"...

[É levantado o véu da formação contínua perversamente burocratizada.]

Divergências conceptuais – O que é a escola?
Adkalendas: “[…] Mas é preciso não esquecer a função principal da escola.”

[Qual é a função principal da escola? Atrever-me-ei a dizer, de forma simplista, que a principal função da escola é a promoção da aprendizagem conivente com o próprio processo de construção da pessoa. De que servirá uma aprendizagem que seja um enfartamento de um saber alheio à existência pessoal?]

Sistema de avaliação predominantemente orientado para o domínio dos conteúdos
Agostinho: "Mas infelizmente, depois temos os exames e os rankings do PISA que não levam os afectos em conta. Que fazer? "

Ruídos mediáticos e a devassidão do acto educativo
Ana: “Nos tempos que correm, com toda a história de pedofilias e afins, cada vez que toco num aluno, fico com a alma tremendo...”
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IC: “Qual o perfil do professor cooperativo?”

Tem de ser mais do que um técnico de ensino, tem de ser também um homem-de-pensamento. Tem de ser um intelectual transformador que ultrapasse os limites dos procedimentos de reflexão.

Mas, sem querer desviar-me da questão, será necessário marcar um caminho: Como diria o professor Manuel Ferreira Patrício, o perfil profissional do professor não se define, redefine-se. Depois de responder à questão suscitada pelo Adkalendas – Qual a função principal da escola? –, há que procurar, numa primeira fase, o perfil ocupacional, de seguida, será necessário definir o perfil profissional e por fim o perfil de formação.

É um trabalho árduo e complexo porque exige uma definição política, pedagógica e científica do professor que necessitamos.
E se não existir uma coordenação da definição política, pedagógica e científica?

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