26 de dezembro de 2005

Balanço...

… ou um atalho para a caverna.

Desde o primeiro dia que o outròólhar se escreve no plural. Realmente, têm sido vários olhares instigados por sentimentos diversos e antagónicos(?): a alegria de informar e ser informado, o desagrado pelas desinteligências, o prazer das relações, e a dor (de ver definhar um ofício nobre)… sim, dor! “Onde há maior sensibilidade é mais forte o martírio” terá afirmado, e bem, Leonardo Da Vinci.
Conto muitas palavras amargas nestes dois anos de escrita quase diária. Foram registadas cerca de 37000 visitas [30000 terão sido minhas] e produzidas, aproximadamente, 700 entradas. Alguns textos estão marcados pelas vicissitudes de um tempo instável que nos obriga a questionar permanentemente o sentido do nosso labor. Vejo inconstância na escrita. Por breves momentos, noto-lhe um tom mórbido e gasto. É verdade que já viveu dias melhores. Já acompanhou uma blogosfera fulgurante no debate, intensa no despique, generosa na aceitação da opinião de “fora”. Essa blogosfera está a definhar ou terá mesmo falecido. E a escrita acompanhou solidariamente esse “apagão”, aligeirando-se. Se procurasse razões metafísicas para explicar esta viagem diria que uma boa parte dos bloggers iniciaram o seu regresso à caverna. Procuram o mesmo buraco de onde saíram um dia, desejando reencontrar os companheiros que lá ficaram? Não. Procuram outro destino. Procuram outra caverna. O destino do viajante só adquire sentido se se mantém em trânsito. Os bloggers, acompanhados ou solitariamente, tornam o encontro inevitável!
Dois anos de encontros e reencontros! Ainda bem que nos cruzámos por aqui.

Adenda:
Falava de encontros e reencontros…
O Paulo é um viajante que se encontra em trânsito desde o início do mês e só agora nos cruzamos pela blogosfera.
Bem-vindo caro colega e podes desde já contar com a minha visita diária ao teu blogue Precessão.
http://precessao.blogspot.com/
[Sobre o ensino e educação todos têm uma visão. Este é um país com dez milhões de alunos ou ex-alunos. Todos têm uma opinião sobre o que é ser professor e ensinar. Ora isto é algo único não se verificando o mesmo com qualquer outra profissão.]

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