Ao mexer no tempo de preparação [trabalho individualizado + trabalho na escola + tempo de reuniões] o ME esperava introduzir alterações na cultura docente. Estou convencido de que a intenção da ministra e dos seus colaboradores mais próximos era introduzir mudanças no trabalho dos professores levando-os a fomentar relações de colaboração com os seus colegas. Esta tese é pouco sustentável porque pressupõe que o individualismo [entendido como um fenómeno social e cultural complexo] é necessariamente negativo. Contudo, é o significado do termo que lhe confere uma conotação positiva ou negativa. Quem é que ousará afirmar que o individualismo é mau quando o seu significado anda associado à dignidade humana, à autonomia e ao desenvolvimento pessoal?
Ora, a meu ver, é a presunção de que o individualismo é uma fraqueza e não uma força que é preciso desmistificar: O pressuposto de que o individualismo anda associado a más práticas é tão falacioso como a suposição de que a colaboração é sempre genuína.
Legislar impondo culturas colaborativas é um erro que só alguns dos “privilegiados” que trabalham nas escolas podem aferir convenientemente.
Desenganem-se!
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