2 de setembro de 2005

Pensar a educação (IV)

Nas últimas entradas procurei evidenciar que o discurso da prioridade do pedagógico sobre o administrativo tem como destinatários principais os professores. Desta forma a administração acaba por contar com a colaboração dos professores num contexto de mudança [reforma?] do sistema educativo. Disse também que o excesso de regulamentação que constrange o trabalho dos professores [atente-se ao acréscimo do volume de tarefas processuais] era contraditória com os discursos da autonomia pedagógica que visavam o conformismo da classe docente.
A assunção do paradigma do professor reflexivo pode denunciar esta contradição e inverter o curso dos acontecimentos.
A escola mudou e os professores não sobreviverão profissionalmente se não perceberem que o ser professor e o professor construtor da educação não se reduz ao saber técnico. Os problemas sociais que se transformaram em problemas escolares exigem do professor outros saberes e outros olhares sobre a sua profissão.

O problema da escola é um problema de método [deixem-me ser mais afirmativo]. É a diversidade dos problemas sociais que torna as escolas diferentes assim como serão diferentes os caminhos que nos conduzem às soluções.
Uniformizar tem sido a solução da administração. Desejar que a administração uniformize tem sido a atitude prevalecente no professorado. E como a autonomia não se faz por decreto, vamos lá mexer esse cu e usar o poder que temos para construir a nossa escola.

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