16 de agosto de 2005

Uma página da educação

A Página é um jornal mensal especializado em educação, ensino, sociedade e culturas. Não sendo um jornal de “banda larga” no que diz respeito às temáticas, só um grupo restrito de educadores, algum professorado [digo eu], poderá aceder à imensa qualidade dos seus textos. O que é uma pena. E é uma pena porque raramente encontramos especialistas em educação nos jornais generalistas. Os fazedores de opinião, quase sempre os mesmos, não lhes dão esse espaço.
Isto a propósito de um editorial do João Paulo Serralheiro que comenta um texto de um «FAST-THINKER» da nossa comunicação social.
Deixo aqui um pequeno excerto e a respectiva ligação só para despertar a curiosidade.

[…] “1. Começo por lhe dizer que quando o oiço ou leio percebo com facilidade onde lhe dói. Você clama contra as regalias e privilégios dos que você apelida de «populares» mas ai de quem lhe toque, mesmo que com uma flor, num dos seus muitos privilégios e regalias.
É um facto, em Portugal a sua opinião conta. E isso é terrível porque você emite opiniões sem medir as razões que as sustentam. Custa-me dizer-lhe, mas você constrói opinião com base em palpites, em suposições, em ideias feitas e preconceitos. Por isso você me parece um «fast-thinker», um «penso rápido» da comunicação social. Você é socialmente perigoso. Em vez de ajudar a curar você infecta as feridas.

2. No seu discurso, escrito e falado, confunde conceitos como privilégios, regalias, direitos adquiridos, direitos contratuais, conquistas da revolução. Reduz estes conceitos tão diversos a uma mesma coisa. Tal confusão leva-o a cometer erros de apreciação e a cometer injustiças em relação a milhares de pessoas.
Estes conceitos, quando se aplicam, não se aplicam só ao sector público mas também ao sector privado. É tão privilegiado o indivíduo que arranja um emprego no sector público à custa duma cunha como o que arranja emprego no sector privado com a mesma cunha. E, tendo em conta as médias de remuneração do trabalho em Portugal, é tão privilegiado o indivíduo que obtém rendimentos acima dos dez mil euros por mês no sector público como o é o que os obtém no sector privado. Porventura os dois rendimentos são legais e legítimos mas não deixam de ser um privilégio seja ele obtido no público ou no privado.” […]

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