Dizia o Gustavo: "Nas questões de fundo, relativas ao ensino e ao nosso sistema educativo, acredito que é preciso mudar de paradigma e inverter algumas lógicas de funcionamento do sistema, que foi frequentemente construído a partir de dentro, numa tensão permanente entre as exigências cegas da grande máquina do ministério e os interesses acomodatícios dos professores."
Concordo com a análise lúcida do meu recém-chegado colega. Não é possível mudar o sistema, reconfigurar o sistema educativo a não ser que se deseje acabar com ele, sem contar com os professores. Há uma resistência natural dos interesses corporativos instalados que não pode ser menosprezada. Pensar que se podem arrumar estes professores na prateleira substituindo-os por outros [e o problema é que os outros não serão diferentes dos actuais… não me lembro de ter ouvido falar numa mudança de paradigma de formação de professores…] é deixarmo-nos alienar pelas dificuldades. O que se espera de uma boa ministra é que ela aponte um caminho e encontre uma estratégia que induza nos professores a sua própria transformação. E esta ministra já provou, em pouco mais de 100 dias, que nunca será uma boa ministra. Estarei enganado?
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