Será um lugar-comum dizer que a blogosfera é plural. É, de facto, uma pluralidade dos olhares que se lançam sobre os factos sociais agindo instantaneamente sobre eles, influenciando-os e transformando-os. É a metamorfose do sujeito e do objecto.
Isto a propósito de um conjunto de reacção que derivam do conflito entre o ME e os professores, digo, do conflito entre o ME e alguns professores.
Omito aqui, propositadamente, a designação de sindicatos porque, como é do conhecimento geral, eles são constituídos por professores que representam os seus pares filiados. Há quem se sente bem representado, outros há que se sentem mal representados, outros que não se sentem sequer representados e, presumivelmente, ainda existirão aqueles que não se deixam representar por ninguém e odeiam até quem se deixe representar. Creio que não esgotei as categorias das representações, mas não faz mal. Adiante.
A greve anunciada pelos sindicatos para a próxima semana tem gerado estórias que nem ao diabo lembra. Equívocos, confusões, informação e contra-informação, um circo montado nas escolas em torno das pretensas necessidades sociais impreteríveis. É verdade, fiquei a saber, pela voz da Sra. Ministra, que os exames nacionais correspondem a pretensas necessidades sociais impreteríveis.
Façam o favor de imaginar o estado em que ficará o país se estas necessidades sociais não forem satisfeitas? Será o caos! Fez muito bem, Sra. Ministra!
Um eventual adiamento [ou abolição] dos exames nacionais [já ouvi dizer que são inadiáveis] teria o mesmo impacto social de uma decisão que acabasse já amanhã com a SuperLiga. Imaginem o que sucederia à Nação se os adeptos se apercebessem que a SuperLiga corria o risco de ser adiada? Uma autêntica revolução! E nós não queremos revoluções, pois não?
Fez muito bem Sra. Ministra! A Ministra manda! Embora ainda não tenha percebido [será que alguém percebeu?] os motivos pelos quais os exames nacionais são considerados necessidades sociais impreteríveis, não permita que se brinque aos exames nacionais! Sra. Ministra, não permita, por favor, desperdícios! E por falar em desperdícios, quanto é que perde o país com a realização dos exames nacionais? E quanto perdem os alunos, os milhares de alunos a quem lhes foi vedada a possibilidade de participar nas actividades regulares das escolas? Onde estão os encarregados de educação destes alunos? Estão calados porquê?
Querem ver que os representantes das associações de pais não os representam?
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