10 de maio de 2005

Limitação de mandatos.

Como é do conhecimento público [refiro-me ao público restrito que me acompanha por estes lados] ando envolvido num processo eleitoral para o órgão de gestão executiva da “minha” escola. Será a segunda vez, num período que já ultrapassa as duas décadas, que o actual executivo partilha com uma lista alternativa o universo eleitoral. Não irei discorrer sobre as bases que sustentam uma gestão tão prolongada no tempo. Creio que os fenómenos parasitas que se atrelam ao poder, principalmente ao poder que se eterniza, são considerados normais e até aceitáveis pelo facto de existirem em grande número e um pouco por todo o lado. Isto é como se a vulgarização da perversão a legitimasse. Também não pretendo, tão-pouco, fazer deste espaço um campo de treinos eleitoral. Para quê e para quem?

Na minha escola sente-se a atmosfera alterada. A escassez de cultura democrática patente nos actos é subtilmente mascarada nos discursos do líder. Reparo na procura incessante da estabilidade e da segurança [aparente] pelo corpo docente e não docente. Durante esta corrida a discussão atrofia, a iniciativa e a inovação abrandam, e emerge a colaboração artificial. Eis a prova de que a maturidade profissional é independente dos anos de serviço.
E o que dizer dos representantes dos encarregados de educação? Será que os interesses gerais se sobrepõem aos interesses particulares? Que tipo de relações se estabelecem entre a direcção da Associação de Pais e a direcção da escola?

Isto a propósito de uma discussão [fictícia] em torno da limitação de mandatos aos cargos de direcção de organizações públicas.
Credo! arredem esta discussão da escola!

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