Há um consenso gerado em redor dos valores da colaboração e da colegialidade porque encerram proveitos no crescimento profissional dos professores, com repercussões na melhoria das práticas. Não querendo menosprezar o papel do gestor e do estilo de liderança no desenvolvimento da colaboração artificial, os professores têm nas suas mãos os instrumentos necessários para transformar os espaços de discussão estéreis em verdadeiros laboratórios de edificação humana. É tempo de cortar o cordão umbilical com a gestão escolar e não estar tão dependente da sua acção. É tempo de cada professor assumir a sua cota de responsabilidade na direcção da coisa educativa.
Creio que é nos maus momentos que emergem as oportunidades de afirmação profissional. Será na contramaré que a identidade profissional se redefine e fortalece. As dificuldades poderão ser o denominador comum neste esforço de transformar as fraquezas em forças.
Isto a propósito de duas entradas relativas às reuniões de professores. Como dizia o Manuel “Passamos uma tarde inteira de reunião em reunião, o que é que de essencial foi definido? O que é que de fundamental, de básico, de necessário foi decidido? o que se produziu com essas reuniões, o que é que delas se obteve?” Ou como referia outro colega que corrobora a mesma opinião: “mas terão as reuniões que ser sempre este suplício de discussões inconsequentes e tempo perdido?”
Mais do que uma visão localizada e restrita, atrevo-me a considerar que estas visões corporizam um sentir colectivo. Não sendo indiferente se colocamos as questões do interesse comum à frente do interesse pessoal, a avaliação dos resultados de um trabalho conjunto pesa sempre na apreciação final.
O que acontece é que, efectivamente, a colegialidade artificial está enraizada nas escolas situadas. E não vejo outra forma de melhorar e reorientar as relações de trabalho se cada professor não for capaz de descobrir, pelo menos, uma “alma gémea” no seu local de trabalho. O mesmo é dizer que tem que estar de vigília às culturas de colaboração.
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