A desordem que usurpou o ME não terá permitido à Sra. Ministra da Educação anunciar o que pretende fazer. Presumo que o Sr. Secretário de Estado Adjunto e da Administração Educativa e o Sr. Secretário de Estado da Educação, pelas mesmas razões, não tenham tido oportunidade de dizer o que pensam e o que pensam fazer no sector.
Só por respeito aos professores que se viram envolvidos na teia da colocação de professores, alunos e famílias que foram defraudadas por um sistema educativo iníquo (com rosto) e defensores da escola pública é que não vou implorar o silêncio.
Não quero crer que esta equipa não seja capaz de olhar mais longe, que se limite a decalcar o plano disparatado que foi traçado pela sua antecessora, que prossiga a sua caminhada pelos atalhos da gestão corrente.
Enquanto é anunciada uma medida avulsa que decorre da agenda da comunicação social, nomeadamente, o apoio que será dado aos estabelecimentos de ensino “mal classificados” nos famigerados “rankings”, há uma revisão curricular no ensino secundário que avança descontroladamente e sem qualquer discussão. Paralelamente às questões suscitadas pela revisão curricular em curso temos que regressar aos “velhos” problemas: A estruturação do ensino pré-escolar e a generalização da oferta a todo o território nacional; O controlo dos grupos económicos que gravitam em torno dos problemas educativos, nomeadamente, o sector livreiro e o mercado paralelo das explicações; O eterno divórcio entre o ensino superior e o ensino básico e secundário; A (in)acção dos conselhos municipais da educação e a previsível municipalização da contratação de professores; A clarificação do enredo “processo de Bolonha” e as ramificações que advêm para o ensino “inferior”; O inconsequente Plano Nacional de Prevenção do Abandono Escolar; etc., etc.
A página oficial do ME contém mais do mesmo. Bom, há que aguardar até que a Sra. Ministra diga (faça) qualquer coisa.
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