13 de novembro de 2007

Recomendações que cairão em saco roto?…

Parlamento Europeu defende mais aulas de educação física nas escolas da UE
“O Parlamento Europeu defendeu hoje, ao aprovar um relatório sobre o papel do desporto na educação por 590 votos a favor, 56 contra e 21 abstenções, que a educação física deve ser obrigatória na escola primária e secundária, com pelo menos três aulas por semana. O relatório da Comissão da Cultura e da Educação do PE refere que em Espanha, Portugal e Itália os níveis de excesso de peso e de obesidade são superiores a 30% nas crianças com idades compreendidas entre os 7 e os 11 anos.

O PE propõe que o horário escolar inclua, pelo menos, três aulas de educação física por semana, embora as escolas devam, na medida do possível, ser incentivadas a ultrapassar este objectivo mínimo; para que haja um equilíbrio entre as actividades físicas e intelectuais durante o período escolar.

Os eurodeputados exortam os Estados-Membros a investir em instalações desportivas de qualidade nos estabelecimentos de ensino e nos centros de treino e afirmam ser favoráveis à concessão de incentivos aos clubes desportivos; que celebrem acordos de colaboração com escolas, estabelecimentos de ensino, centros de jovens, e outras organizações comunitárias ou de voluntariado envolvidas em projectos no domínio da aprendizagem ao longo da vida.

O aumento da obesidade em toda a Europa, nomeadamente entre os jovens, é alarmante e constitui uma grande preocupação no domínio da saúde pública. O número de crianças da União Europeia com excesso de peso e obesidade aumenta em mais de 400.000 por ano, para além dos mais de 14 milhões de cidadãos europeus que já têm excesso de peso (incluindo, pelo menos, 3 milhões de crianças obesas), indica o relatório de Pál SCHMITT (PPE/DE, HU).

De acordo com os dados do relatório, a obesidade afecta actualmente 21 milhões de crianças na UE. Na UE-27, o excesso de peso afecta quase uma em cada quatro crianças. Em Espanha, Portugal e Itália os níveis de excesso de peso e de obesidade são superiores a 30% nas crianças com idades compreendidas entre os 7 e os 11 anos. As percentagens do aumento do excesso de peso e da obesidade na infância variam, com a Inglaterra e a Polónia a registarem os maiores aumentos. Em termos gerais, as crianças estão em pior forma física do que a geração dos anos 70 e 80.

Não é tanto o aumento da dose de calorias que provoca o excesso de peso, mas a inactividade física: as crianças não comem mais, mexem-se menos, afirma o relator.

Nos últimos anos, o tempo atribuído à educação física em toda a UE diminuiu gradualmente: desde 2002, foi reduzido de 121 para 109 minutos por semana para a escola primária e de 117 para 101 minutos para a escola secundária.” (appefis)
Estas recomendações sugerem-me apenas dois breves comentários: o primeiro formula duas simples questões que traduzem a minha estupefacção diante da nossa triste realidade; o segundo revela a minha desconfiança nos actuais responsáveis políticos quando confrontados com recomendações que sugerem a inversão do rumo das suas políticas.

1. Não sei o que dizer dos 90 minutos semanais de EF atribuídos aos profissionais? E o que pensar dos 45 minutos semanais atribuídos aos CEF’s?
2. Como enquadrar estas recomendações numa escola de matriz taylorista?

Sem comentários: