29 de julho de 2006

Poeira para os olhos do pacóvio…

Tentei resistir a um comentário que a f… nos deixou aqui cuja leitura recomendo vivamente e que diz respeito ao desaparecimento do programa do Desporto Escolar.

A minha recaída, ou melhor, este retorno fugaz, justifica-se na medida em que urge contestar uma afirmação, a meu ver sem fundamento, do Secretário de Estado da Educação, Valter Lemos e, simultaneamente, aclarar o alcance do imbróglio e da confusão que se gerou em torno do Desporto Escolar.

1. A afirmação:
"Até agora, o desporto escolar não estava integrado [no projecto educativo]. Era desenvolvido de uma forma um pouco paralela às actividades da escola e ficava a cargo de um ou dois professores, que organizavam o projecto segundo orientações traçadas por um estrutura central do ME, o que não fazia sentido".

Humm… ficamos a saber que o que se lê não deve ler-se:

O Desporto Escolar, sendo um instrumento do Sistema Educativo, deverá funcionar e ser assumido pelos Órgãos de Direcção e Gestão dos Estabelecimentos de Educação e Ensino, como um Projecto de Escola, integrado no Projecto Educativo e Plano Anual de Actividades, aprovados em Conselho Pedagógico. Assim, de acordo com o D.L. n.º 95/91, pontos 6 e 8, compete ao Órgão de Direcção e Gestão coordenar, acompanhar, apoiar e avaliar o desenvolvimento do Projecto de Desporto Escolar da respectiva escola.”
2. O que diz o título da notícia:
Projecto destinado a perto de 45 mil alunos.

Atentemos aos dados relativos à evolução da participação no Desporto Escolar [In: "Jogar pelo Futuro"]

Este ano, 1154 escolas foram inscritas no Desporto Escolar. O quadro anterior reflecte a evolução da participação no Desporto Escolar e dá para perceber que só uma hecatombe fará diminuir a oferta de actividades do desporto escolar para o próximo ano.
Afirmar que o desporto escolar será oferecido a 45 mil alunos é o mesmo que reconhecer uma diminuição muito significativa da participação dos alunos .

Então, faz algum sentido reforçar as verbas e ver diminuída a participação dos alunos?
Afinal, quem ganha e quem perde com esta forma de fazer política?

A máxima do professor Bento faz cada vez mais sentido: Sempre que me fazem de burro aproveito logo para dar um coice.

Bem, vou aproveitar e sair de mansinho… boas férias :)

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