Correndo o risco de me repetir, direi que a escola emudeceu!
Duas medidas legislativas marcaram a agenda do primeiro período escolar: O aumento do tempo de permanência do docente na escola e o diploma que reclama o envolvimento dos professores na elaboração dos planos de apoio para os alunos do EB com maiores dificuldades de aprendizagem. Li resmas de textos sobre os assuntos e a tónica dos discursos incidia, invariavelmente, sobre os efeitos imediatos destas medidas nas aprendizagens dos alunos. Não me lembro de ter lido qualquer abordagem ao tema que incidisse nos efeitos das medidas sobre a [pretensa] alteração da atitude reflexiva do professor. Mais tempo na escola deveria corresponder a mais tempo para pensar a escola e o aluno. E não me refiro a uma reflexão sobre a política educativa ou à análise de cariz sociológico que situe a escola neste tempo. Estou a pensar na reflexão sobre as questões concretas, como por exemplo, a análise das relações e práticas educativas ou a análise das condições do exercício da profissionalidade. Faz-nos falta pensar a escola situada. E já que não é possível construir espaços de debate dentro da escola usemos a grande assembleia em que se transformou a blogosfera.
Isto a propósito de uma troca de comentários no Micómio que me deixaram a pensar na precariedade do professor do séc. XXI.
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