João Barroso escrevia em 1992:
“É preciso que as escolas façam projectos à sua medida e que transformem o processo de concepção do projecto num momento significativo de valorização pessoal e profissional dos seus membros.”
A colaboração e a colegialidade positiva tem sido apontada como promotoras do crescimento profissional e do desenvolvimento das escolas a partir de dentro, assim como formas de assegurar a implementação de mudanças introduzidas externamente (as reformas, por exemplo) (Hargreaves, 1998: p. 209). No cerne da edificação do projecto educativo, muito perto das culturas de colaboração positivas, estamos, de novo, a apelar à colegiabilidade como um meio para a concretização eficaz das reformas decretadas. Estamos, uma vez mais, a olhar a colegiabilidade como elemento essencial na construção do projecto educativo de escola. Contudo, a colaboração e a colegilidade não estão imunes à crítica. E a maior parte das críticas tem-se centrado mais nas dificuldades de implementação e nas questões relativas ao tempo durante o qual os professores têm a possibilidade de trabalhar juntos e à falta de uma cultura de cooperação de muitos professores. Um outro conjunto de críticas refere-se ao seu significado. As discussões em torno da colaboração e colegilidade são realizadas como se houvesse uma ampla compreensão. Ora, na prática, existe uma dificuldade de entendimento relativamente ao seu significado. A colaboração e a colegialidade podem assumir formas muito diferentes, designadamente, o ensino em equipa, a planificação em colaboração, as conversas nas salas de professores ou fora das salas de aula, as inúmeras pequenas acções de ajuda e conselhos relativos aos recursos, etc., etc.
“De facto, o primeiro problema a que procura responder o projecto educativo é o de construir uma linguagem comum no sentido de viabilizar a acção comunicativa, isto é, a abertura à diferença e à interinfluência. Sabe-se como a prática comunicacional no interior das escolas, constitui um problema institucional crónico, para não dizer constitutivo da sua própria cultura organizacional.”
As lideranças da escola têm de fazer o trabalho de casa...
[PS: Só agora percebi o verdadeiro alcance das medidas hostis dirigidas ao tempo do professor: O espírito de grupo saiu reforçado (risos)]
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