1 de fevereiro de 2005

Discursos…

“[…] E as escolas verão reforçadas as suas capacidades próprias de organização e gestão, num quadro de maior responsabilização e avaliação de processos e resultados. A administração regional desconcentrada apoiará, de forma próxima e integrada, as escolas.” [Bases Programáticas do PS- Legislativas 2005]

Nos últimos anos, o sector educativo tem sido marcado por uma clara separação entre os discursos e as práticas, entre o formal e o real.
A promessa eleitoral supracitada reflecte o tipo de discurso bondoso, politicamente correcto. A Administração está na disposição de conceder às escolas um espaço onde elas construirão as suas autonomias. [Talvez o Manuel queira acrescentar outroolhar]
Parafraseando João Barroso, a autonomia é um conceito relacional pelo que a sua acção se exerce num sistema de relações. Não basta decretar a autonomia porque a autonomia das escolas é algo que se vai construindo na inter-relação. Mesmo que o centralismo do sistema definhasse, o que eu não acredito, isso não significaria que a partir desse momento as escolas teriam caminho livre de obstáculos para a edificação da sua identidade. Mesmo que o centralismo definhasse, os actores educativos teriam ainda um longo caminho a percorrer: a negociação dos seus comportamentos e a articulação de processos tendo em vista os objectivos colectivos próprios.
Mas, haverá algo mais para além do discurso?

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