8 de junho de 2008

Luta pela sobrevivência.

Não estranho o ruído que gerou a ideia peregrina de cobrar uma taxa aos trabalhadores não sindicalizados que beneficiam, indirectamente, dos benefícios conquistados nas discussões com as associações patronais. Ser sindicalizado é uma questão que deve ser discutida no domínio da consciência profissional. Quero dizer com isto o seguinte: se a ideia de profissionalidade existir dissociada da filiação sindical, não me parece justo cobrar qualquer encargo ao trabalhador; por outro lado, se essa ideia de profissionalidade não dispensar as lutas políico-laborais o trabalhador irá, voluntariamente, agregar-se e filiar-se no sindicato mais bem posicionado para responder à contenda.
Não me agrada a ideia de pretender sindicalizar os professores de forma compulsiva. É preciso que o professor, cada vez mais remetido à sua condição de “operário”, acredite no projecto e na prática sindical. E sem uma percepção do sentido de associação, sem compreender a necessidade de um sindicalismo forte como resposta à desqualificação profissional, jamais teremos professores mobilizados contra as políticas neoliberais responsáveis pela erosão dos direitos laborais mais básicos.

A desertificação sindical é um problema complexo, é um problema multifactorial que não pode ser ultrapassado com leis coercivas. O espírito de sobrevivência da UGT terá levado João Proença, líder da UGT, a uma fuga para a frente.

É prudente que a CGTP se demarque desta posição: As moscas não se apanham com vinagre!

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