19 de abril de 2008

E os outros 80.000, por onde andam?

(Via Didáctica da Invenção)
"A Plataforma que reúne os sindicatos dos professores entregou hoje no Ministério da Educação um abaixo-assinado com 20 mil assinaturas a exigir a suspensão do processo de avaliação até final do ano lectivo. Após a entrega do documento, a Plataforma anunciou novos protestos em Abril e Maio.
Depois de uma manifestação com 100.000 professores, convenhamos que limitar as expectativas a… 20.000 é muito pouco. Onde andam os 80.000 que foram a Lisboa e não assinaram? Foi baixar muito a fasquia! E quando já se ouve falar em mais Manifs e até greves, apetece perguntar se estamos de volta ao passado e se deixaremos que isso aconteça… Será que os 100.000 professores que foram a Lisboa foram mesmo um 31 para os sindicatos, como afirmou Carlos Amaral Dias na Antena 1?"

Hoje, este texto é ainda mais actual.

Adenda:
Logo a seguir ao programa Terra Nostra na Antena 1, considerei que a análise de Carlos Amaral Dias era de uma lucidez inabalável e os dias seguinte vieram confirmá-lo!Ninguém esperava 100.000 professores em Lisboa e daquele dia para a frente ninguém sabia o que fazer com um número tão assustador! Se fizéssemos outra Manif em Lisboa, com 80.000 professores, seria uma fracasso... Aquela Manif colocou-nos muito perto do céu!
António Carlos Coelho | Homepage | 19.04.08 - 11:45 pm | #

O meu comentário: Há que interpretar os números, António. Eu vi 100 000 professores que protestaram contras as políticas deste ME. Este é o único dado objectivo que tenho. Agora passo à interpretação: a marcha da indignação não podia ter outro lema. Presumo que se o lema fosse a avaliação, o estatuto, a gestão ou a defesa da escola púbica, a adesão seria muito menor. Digo isto pelo conformismo, mais ou menos velado, que mantém as escolas em banho-maria. 20 000 colegas assumiram a discordância com este modelo de avaliação. Muitos mais estarão em desacordo com o modelo de avaliação e não terão subscrito o abaixo-assinado por entenderem que esta forma de luta é inócua. Outros (quantos?... não serão 80 000), por se sentirem promovidos pelo modelo, calam e consentem.
Se o abaixo-assinado fosse subscrito pelos 100 000, a plataforma sindical arriscar-se-ia a um entendimento nestas condições?

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