19 de novembro de 2007

Turmas de repetentes.

Houve um tempo em que era abominável constituir uma turma de alunos repetentes. Formar turmas de repetentes era antipedagógico por ser discriminatório e anti-social. Era um tempo em que se procurava uma escola integradora, inclusiva, não obstante a existência de uma organização escolar que não permitia personalizar o ensino [paradoxal?]. Apesar de tudo havia algum comedimento na administração escolar que desaconselhava a constituição de turmas com estas características. Quem não se lembra do tempo em que a comédia “hollywoodesca” buscava o enredo em turmas de repetentes?

Hoje a ficção confunde-se com a realidade. Aliás, hoje, a realidade é a ficção. Não importa aqui perceber como é que a comédia passou dos cinemas para as escolas. Sei que apareceram as turmas de currículos alternativos, agora metamorfoseadas nos Cursos de Educação Formação (CEF’s), e no ensino secundário os Cursos Profissionais estão aí para certificar os alunos que ameaçam fugir da escola. Usando a retórica da formação profissional e da emergência da qualificação dos portugueses, os burocratas da educação querem fazer de nós artistas.
Não imaginam a pena que sinto em ter pouco jeito para o cinema!...

Sem comentários: