25 de novembro de 2007

Empresário egoísta...

"Enzo Rossi é um empresário italiano que, durante um mês, tentou viver com os mil euros que pagava aos operários da sua fábrica de pastas alimentares. Ele a sua mulher, que também trabalha na empresa, tentaram gerir a sua vida com dois mil euros. Como o dinheiro, mesmo poupadinho, só chegou até ao dia 20, Rossi resolveu aumentar os vinte empregados em 200 euros por mês. O episódio tornou-se um caso em Itália, e já correu mundo. Quando lhe começaram a chamar "empresário comunista", respondeu que não. Que é egoísta. Quer empregados motivados e despreocupados com a ginástica mental para pagar as contas, disse. Uma evidência.

A forma como o episódio tem sido contado pela imprensa faz lembrar uma frase de Freitas do Amaral durante a contestação à invasão do Iraque. Quando questionado porque razão se foi alinhando com posições políticas mais comuns à esquerda, Freitas respondeu que nunca mudou. O panorama politico é que se desviou para a direita. De facto, vivemos tempos extraordinários. Os trabalhadores desapareceram e deram lugar aos colaboradores, as bolsas ressuscitam a cada notícia de despedimento e o que devia ser a norma, aumentar empregados que recebem bastante abaixo do salário médio, tornou-se a excepção. Dá direito a excursão de ministros, a seminários em faculdades de gestão e a dezenas de entrevistas. É uma espécie de intervalo na programação do noticiário para apresentar um “comunista” no seu habitat natural. Um freak show. Com tanto elogio, parece que ninguém perdeu tempo para fazer as contas e reparar que o generoso aumento só vai durar até ao dia 24 de cada mês."
de Pedro Sales (0 de conduta)

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