4 de julho de 2007

Hipocrisia…

A oposição critica a instrumentalização (partidarização) da administração pública pelo PS. O PS contra argumenta e relembra a partidarite da anterior coligação PSD-CDS/PP que infestou a mesma administração pública.

Sendo consensual que a administração pública não pode nem deve ser um tentáculo do partido político do poder, porque razão os partidos do governo e da oposição não se entendem e acabam de vez com a farsa das nomeações?

É que não colhe o argumento de que as chefias da administração pública devam ser nomeadas para garantirem a prossecução das políticas do executivo. E o argumento não colhe por dois motivos: em primeiro lugar, o grau de autonomia deliberativa permitido por este e pelos anteriores governos às directorias é mínimo e, se dúvidas houvesse quanto à resistência das estruturas intermédias, há sempre uma inspecção geral a jeito que serve para isso mesmo, para inspeccionar e controlar; em segundo lugar, a competência dos nomeados para os lugares é, talvez, o último critério a ser considerado pelos chefes da banda, o que me leva a questionar se os próprios têm alguma ideia do que é isso de resistir ou de promover as políticas do executivo. Creio mesmo que é para esse lado que uns e outros dormem melhor…

É evidente que nenhum partido político está interessado em terminar com esta farsa porque todos eles brincam com a dança das cadeiras… e este jogo traduz, no fundo, a lógica que subjaz à própria organização partidária.

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