O Edital é claro quanto à finalidade da medida, não obstante o palavreado redondo que adorna os objectivos. O que o ME pretende é seleccionar escolas que pretendam usar o equipamento na sala de aula ou no trabalho a ser aplicado nas salas de aula. De fora, ficarão todas as iniciativas desenvolvidas no âmbito dos clubes escolares. Se se vier a confirmar esta minha leitura, estamos perante uma acção que reforça o carácter unidimensional da escola – a escola lectiva.
É lançada a iniciativa Atribuição de Equipamentos Tecnológicos para o Enriquecimento do Ensino e da Aprendizagem, visando genericamente promover a melhoria das condições de trabalho nas escolas com 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e com ensino secundário e, especificamente, apoiar o enriquecimento das actividades em curso na escola respeitantes a uma ou mais das iniciativas do ME, no quadro do seu projecto educativo e tendo como finalidade o desenvolvimento das seguintes actividades:Como se percebe facilmente, todas as actividades visam apoiar projectos educativos, o que dispensaria qualquer referência adicional. E por que razão se acrescentaram outros objectivos? Para disfarçar a direccionalidade desta iniciativa: a sala de aula. Creio que esta simples redundância reflecte e confirma uma visão de escola – unidimensional – que sempre se mostrou muito voluntariosa com as consequências dos problemas escolares e demasiado prudente com as suas causas.
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