19 de abril de 2007

Gato escondido com rabo de fora

Notas deviam ser 10% superiores face ao que é gasto nas escolas
“O Banco de Portugal analisou as escolas secundárias portuguesas e chegou à conclusão que não são eficientes. Com o que se gasta nas escolas, "os resultados dos exames poderiam ser, em média, dez por cento superiores", diz um estudo publicado no boletim económico do Banco. A eficiência do sistema de ensino foi medida a partir de indicadores como volume de produção, resultados dos exames, rácio professor/aluno, ambiente externo e gestão.”

Fartei-me de rir ao ler esta notícia: Rio da minha ignorância. Não consigo disfarçar uma pontinha de sarcasmo sempre que vejo um economista a avaliar escolas usando indicadores como...volume de produção, resultados de exames, ambiente externo e outros quejandos. Eu sei que o problema não está na seriedade do estudo. Mas como avaliar o impacto da instituição escolar no desenvolvimento dos alunos? Não encontro uma resposta...

Se algum especialista no assunto passar por cá, ou não sendo especialista entender de economês, agradeço um eventual esclarecimento. E prometo escutar com atenção todas as explicações, mesmo que me pareçam absurdas.

Não fosse o estudo produzido pelo Banco de Portugal, uma instituição credibilíssima, eu ficaria a pensar que o que está em causa é uma mãozinha ao défice e às contas públicas à custa da intensificação do trabalho dos professores. É que «O estudo conclui que se houvesse mais flexibilidade na colocação de professores isso "permitiria libertar recursos, sem ter um efeito relevante (negativo) no desempenho das escolas. E apontam-se mesmo sugestões sobre como tal flexibilidade poderia ser rentabilizada. "Parte da redução dos encargos com remunerações conseguida por esta via poderia ser aplicada em despesas com material ou infraestruturas".»

Hummm....será que aqui há gato escondido com rabo de fora?

Sem comentários: