12 de março de 2007

Escola utilitária (II)…

três entradas atrás, deixava no ar a ideia de que o modelo de formação para a profissão que conta com a colaboração da “escola geral” deve ter, ou melhor, espero que venha a ter alternativa.
Hoje busco os motivos para que o paradigma de escola utilitária tenha vingado. Brevemente pensarei [em voz alta] numa alternativa.

A escola geral, a secundária e, mais grave ainda, a básica, entrou na corrida para a formação profissional por dois motivos [entre outros, digo eu]:
  • O primeiro motivo está associado à aplicação de uma ideia de escola utilitária que é defendida pelos arautos do sector económico, e não só. A escola deve preparar mão-de-obra qualificada [para usar o chavão mais gasto nos últimos tempos pelo primeiro-ministro] para o mercado de trabalho, catapultando o país do marasmo em que se encontra. É, de facto, um grande desafio para a escola embora seja um esforço inglório e despiciendo. É um esforço inglório porque, como rapidamente se percebe, nunca lhe será reconhecido algum mérito se a tal façanha algum dia se concretizar; É um esforço despiciendo porque será sempre acusada de fracassar nos seus intentos. Face à empregabilidade volátil, a mão-de-obra precisará sempre de ser reconfigurada e actualizada e nesse sentido, será sempre por qualificar. Ora, não é por acaso que a comissão europeia procura TORNAR O ESPAÇO EUROPEU DE APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA UMA REALIDADE.
  • O segundo motivo tem que ver com a incapacidade de a escola lidar com o insucesso escolar dos alunos. É que os cursos profissionais acabam por ser “ouro sobre azul” para empacotar os alunos com trajectórias de insucesso, criando-lhes expectativas de empregabilidade. E enquanto o pau levanta, aliviam-se as costas…

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