27 de dezembro de 2006

Breve passeio pelo economês…

Eu percebo, ou melhor, eu julgo que percebo alguns jornalistas. A época não é grande coisa para notícias a sério, das que valem a pena, porque o país está fechado para balanço; e para piorar a situação, os assessores de imprensa do governo terão entrado de férias [seriam bem merecidas aliás] notando-se um abrandamento no caudal de informação bombástica.
Mas dizia eu que a vida de alguns jornalistas não está fácil. Fiquei hoje a saber que
Os portugueses gastaram 2,1 mil milhões de euros em compras, que pagaram por multibanco, durante os primeiros 25 dias do mês. Ao todo, foram 45,6 milhões de operações. E feitas as contas ao segundo, os números tornam-se mais palpáveis: 21 operações que, somadas, corresponderam a um gasto de quase mil euros a cada instante (994).” E como salienta a jornalista, “Estes dados representam um aumento de gastos de 5,4% por cento em relação ao ano anterior, o que até pode ser considerado uma boa notícia. Mas na comparação com o ano anterior - em 2005 tinha havido um aumento de 9% em relação a 2004 - verifica-se um abrandamento no crescimento do consumo com pagamento por multibanco.
Eu que não percebo nada de economês, fiquei confuso. O aumento do consumo, como sugerem estes dados, tanto pode ser considerado uma boa como uma má notícia. Será boa, digo eu, se cada português gastou menos e comprou mais; será boa, se cada português gastou mais com menos esforço do seu orçamento familiar; será má se o inverso suceder. Ou não? É que esta coisa de dizer que o que é bom para a economia pode ser mau para as pessoas deixa-me com uma coceira dos diabos.

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