29 de setembro de 2006

Em defesa da escola pública

Apesar de haver elementos de bom senso na crítica aos sistemas escolares, nomeadamente a burocratização excessiva e a reduzida atenção às preocupações dos pais e da comunidade [aliás foi este tipo de crítica que levou muita gente a defender a construção de modelos de currículo mais baseados nas ambições da comunidade], o sentimento antiescola que está sendo formado na opinião pública parece-me destituído de sentido. Mesmo com as falhas evidentes das escolas públicas, elas oferecem uma espécie de cola social, um ponto de referência cultural comum na nossa sociedade cada vez mais multicultural.

A defesa da escola familiar ou do ensino à distância através da Internet rejeita, a meu ver, esta função da escola - coesão social - e ameaça as conquistas de grandes grupos de desprivilegiados e economicamente pobres. A discussão acerca do ensino à distância tem necessariamente de ter um quadro de referência: a justiça social.

Isto a propósito de uma agradável provocação do crack: “… porque teremos tanta dificuldade em perceber que não está longe o dia em que teremos os pais a exigir poder escolarizar os filhos sem o recurso permanente à escola material?”

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