24 de julho de 2006

Para que fique claro…

As escolas devem entender os resultados dos exames como um desafio para melhorar e não ficar indiferentes. Se os conhecimentos leccionados foram insuficientes, deve-se melhorar. Não se trata de adaptar os exames àquilo que as escolas estão a fazer. Antes pelo contrário, deve-se adaptar o que as escolas estão a fazer às exigências dos exames que são iguais para todos.
Ministra da Educação in: JN
É para mim uma novidade que os resultados dos exames devem ser usados para aferir os conhecimentos leccionados por um professor. E pensava eu, afinal erradamente, que os exames visavam aferir os conhecimentos que foram apreendidos pelos alunos. Mas não.
Em bom rigor, mesmo que todos os alunos de um professor [hipótese pouco verosímil] revelem ou venham a revelar, num exame, conhecimentos insuficientes, isso não demonstrará qualquer omissão na leccionação. Não ignoro nem pretendo menosprezar o papel do professor, decisivo a meu ver, na aquisição e consolidação de saberes. Mas, ao centrar no professor o ónus dos resultados dos alunos estamos, coniventemente, a admitir que o aluno não deve ser responsabilizado pelo seu compromisso na aprendizagem.
Quem defende o rigor e a exigência no sistema educativo não pode pactuar com afirmações deste teor.

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