26 de março de 2006

Ministério da Educação, Ciência e Tecnologia

Há alunos do 11.º que sempre vão ter de fazer exame nacional de Filosofia.

Regras relativas ao secundário mudaram mas as provas pedidas pelas instituições de ensino superior mantiveram-se(Público – reservado assinantes)

Esta notícia não revela apenas um problema de comunicação entre dois ministérios. Revela, a meu ver, um problema estrutural de concepção dos próprios ministérios. Se o paradigma Bolonha vier a prevalecer, não encontro razões substantivas para manter separados dois ministérios que têm uma finalidade comum e que me atrevo a sintetizar: cuidar da formação pessoal e profissional dos sujeitos, incutindo-lhes hábitos de autoformação. A ciência e a tecnologia e as questões relacionadas com o plano tecnológico [a que se dedicam as instituições do ensino superior] serão meramente instrumentais se observarmos o papel das instituições de ensino sob o olhar da construção do projecto humano. O argumento antropológico não determina opções políticas. A eventual junção do MCTES e o ME será sempre uma questão política cujo quadro de referência assentará em lógicas de poder inter e intra partidárias mais conjunturais e menos estruturais.

Será o novo paradigma de aprendizagem [que reclama uma nova atitude dos sujeitos aprendentes e novas metodologias de ensino dos professores], que se espera vir a ser hegemónico com a aplicação do Tratado de Bolonha, o motor que desencadeará a fusão entre o MCTES (Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior) e o ME (Ministério da Educação)?

Como é que será aproveitada a oportunidade para envolver e implicar os principais actores na mudança de atitude?

Irá, uma vez mais, prevalecer a cultura das oportunidades perdidas?

Sem comentários: