27 de janeiro de 2005

Serviço público.

O descrédito que se abate sobre algumas das instituições basilares no nosso país, nomeadamente sobre o edifício da justiça, da saúde e da educação, acentuado pela crise das finanças públicas e privadas, gera um sentimento de inquietude no cidadão que configura um doença - a depressão colectiva. É um diagnóstico badalado nos órgãos de comunicação social por analistas e especialistas de vários quadrantes do conhecimentos e que depressa foi incorporado nos discursos do senso comum.
Quem sou eu para refutar esta espécie de orgia colectiva da desgraça?
Curiosamente, ou talvez não, sempre que entro num cenário de crise de massas lembro-me do futebol e dos seus extraordinários efeitos de catarse social.

Para animar uma parte da malta [para aproximadamente seis milhões de lusitanos – reparem como os números reforçam a palavra], ontem um clube de futebol prestou um enorme serviço público à nação valente: Fez adiar a crise sentida.
Será este o nosso fado?


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