17 de novembro de 2004

Há causas...

Não posso deixar de assinalar este post do Gustavo "Esta paixão da escola cultural" sem enfatizar os princípios pedagógicos que subjazem à Escola Cultural.

Em cada uma das dimensões pedagógicas da escola podemos encontrar um conjunto de princípios pedagógicos que presidem a cada uma delas. No entanto, há em cada dimensão um que comanda e define a lógica formacional dessa dimensão (Patrício, 1997: 29):
  • O princípio da heterodeterminação educativa preside à dimensão lectiva. As disciplinas, os programas, e as orientações metodológicas superiormente estabelecidas reflectem o poder da sociedade sobre a actividade educativa da dimensão lectiva. “A dimensão lectiva é o espaço pedagógico apropriado para a transmissão, para uns, e a recepção, por outros, do saber constituído. Nela domina a inteligência passiva (...) todos devem aprender o mesmo, que é o que a sociedade considera corresponder ao seu interesse” (Idem).
  • O princípio da autodeterminação educativa preside à dimensão extralectiva. As actividades educativas autodeterminadas, com base na livre expressão da vontade dos alunos, atendendo aos recursos existentes na escola, reúnem professores e alunos em grupos dedicados a actividades educativo-culturais determinadas pelos seus membros. “O princípio da autodeterminação educativa fornece uma orientação geral para apoiar o crescimento gradual da liberdade do educando. (...) Enquanto que o princípio da heterodeterminação é de homogeneização, o da autodeterminação é a diferenciação e a individuação (...) enquanto aquele se ordena para a inteligência passiva, este ordena-se para a inteligência activa (Ibidem: 30)”.
  • O princípio da codeterminação educativa preside à dimensão interactiva. A relação entre a dimensão lectiva e extralectiva pode ser configurada num projecto que impliquem ambas fazendo emergir não só o nível individual da pessoa como o nível comunitário. Congrega a lógica social da dimensão lectiva e a lógica pessoal individual da dimensão extralectiva.
  • O princípio da sobredeterminação dialéctica educativa, ou princípio ecológico, preside à dimensão global. O pulsar que resulta da articulação horizontal das actividades educativas da primeira e segunda dimensões pedagógicas da escola gera novas dinâmicas. “Uma escola é, dialecticamente, um ecossistema cultural, em que tudo tem a ver com tudo” (Ibidem: 32). Acaba de emergir a dimensão ecológica, ou holística, da Escola: a sua quarta dimensão (Patrício, 2000:2).

Mais do mesmo, porquê?
Porque há causas pelas quais me movo e que valem o risco de me tornar repetitivo e fastidioso.
Porque não encontro motivos para me esconder do destino que tracei no momento em que se abriram as portas da blogosfera.


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