1 de novembro de 2007

Notas breves de uma entrevista conveniente…

“Para mim os números são pessoas […] Os números têm um rosto!”
Palavras certeiras. E como se exige coerência, o rosto dos professores é o rosto do défice. Seria bom que se lembrasse destes rostos porque não estou a imaginar outro ministro a fazê-lo na discussão do orçamento em conselho de ministros.

“Não é verdade que o aluno aprende sem ir à escola.”
Bem, quem sou eu para desmentir a senhora ministra: a emergência do mercado paralelo das explicações é uma fantasia minha.

“É preciso tudo fazer para que o aluno esteja na escola.”
É verdade. Nós temos sentido na pele o que significa esse TUDO fazer. Significa ocupar o lugar da família do aluno absentista esquecendo vezes demais a nossa. Espero cuidar da minha amnésia.

“Os professores que estão nas escolas estão de acordo com a maior parte dos pontos deste estatuto.”
É ardilosa esta argumentação da ministra. Refuta a afirmação da entrevistadora desvalorizando a representatividade dos sindicalistas omitindo o facto de a esmagadora maioria dos dirigentes sindicais serem professores no activo e estarem em condições de expressar esse sentir colectivo. Os presidentes dos conselhos executivos, esses sim, são canais fidelíssimos do pensar do professorado…

… voltarei ao assunto se recuperar a calma.

[re)ver a entrevista aqui]

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