1 de junho de 2006

Elos…

O documento que se propõe reformar o Estatuto da Carreira Docente tem sido objecto de discussão intensa. Conversas mais ou menos acaloradas, mais ou menos fundamentadas, como seria de esperar, ninguém ficou indiferente às novas propostas. Embora as reacções de desagrado diversifiquem de tom, a apreciação global do documento é consensualmente negativa. Arrisco mesmo a afirmar que todos os docentes se consideram perdedores neste processo. Uns por razões mais egoístas, outros por motivos mais altruístas, a generalidade dos professores não aprovaria o documento se viesse a ser submetido a um referendo interno. E não será necessário um exercício de futurologia para prever esse resultado pelo facto de pressentirmos que é inevitável um agravamento das condições de trabalho que decorre da proletarização da função docente.

O sentimento colectivo é de que algo terá de ser feito. E ao contrário do que tem sido feito, há que procurar demonstrar a insatisfação protestando e propondo alternativas. Firmemente!
Este é o momento de nos aglutinarmos em torno da defesa de um ofício. Se aprendemos com os erros do passado recente [e não preciso recuar mais de um ano] não nos dispersaremos com questiúnculas em torno das questões acessórias: a avaliação da (in)eficácia da acção sindical e a emergência da criação de uma ordem de professores. E estas questões são acessórias porque há um tempo para tudo. E este não é o tempo para nos desviarmos do que está verdadeiramente em jogo: a defesa da profissão.

A proposta do ME é má. É um documento que não tem coerência interna: aposta numa ideia de excelência e restringe a progressão dos professores que revelam práticas de excelência usando o filtro das cotas de acesso à carreira de elite [professores titulares]; apela à responsabilidade colectiva da organização escolar [apela com um cutelo no pescoço] e estimula o individualismo e a colaboração artificial; incrementa o conteúdo funcional e restringe a autonomia do profissional prescrevendo rotinas e intensificando o trabalho,…

O que fazer no curto-prazo? Agir na construção de alternativas: Dinamizar a discussão intra-muros aclarando o essencial do documento em análise e abrir fóruns de discussão alternativos [a blogosfera é um meio excelente]; Produzir propostas concretas fundamentadas remetendo-as para as estruturas sindicais dos professores [não nos podemos esquecer que os sindicatos são os nossos representantes legítimos nas negociações com o ME] e para o ME [é essencial mobilizar os conselhos pedagógicos e as assembleias de escola para que prevaleçam as propostas colectivas].

Adenda: Acabei de ouvir a parte final de uma entrevista da Ministra da Educação na SIC notícias. Como interpretar a ligeira inflexão no discurso?

Adenda II: A Teresa disponibilizou-nos um documento fantástico e que merece ser lido nas salas de professores. Está aqui.

2 comentários:

Anónimo disse...

Hi people
I do not know what to give for Christmas of the to friends, advise something ....

Anónimo disse...

Hello. Good day
Who listens to what music?
I Love songs Justin Timberlake and Paris Hilton